Auto de posse do Castelo de Torres Vedras – 1604
O Castelo de Torres Vedras, nos alvores da Idade Moderna
Torres Vedras Castle, at the dawn of the Modern Age
.
No limite norte da fértil e resguardada várzea de Torres Vedras, ergue-se a colina do castelo, em cujo sopé corre o leito do rio Sizandro. Os seus primeiros ocupantes ter-se-ão aqui estabelecido no início do 3º milénio a. C., beneficiando das suas notáveis condições naturais de defesa e de abastecimento.
Os romanos reforçaram a atalaia que os Túrdulos Velhos aqui terão implantado e nela deixaram inúmeros vestígios, destacando-se as cisternas e as lápides epigrafadas. Os árabes fortaleceram a alcáçova, que viria a cair no domínio cristão após 1147.
Do castelo medieval restam apenas os vestígios românicos da igreja de Santa Maria, classificados como Monumento Nacional em 1910, e a cerca oval, reforçada por D. Manuel I, que defendia uma torre de menagem, demolida para dar lugar ao novo Palácio dos Alcaides, mandado construir cerca de 1519, pelo alcaide-mor D. João Soares de Alarcão.
Cercada durante dois meses pelo Mestre de Avis (1384-1385), a fortaleza desempenhou papel de relevo noutros acontecimentos nacionais: em 1589 foi pacificamente tomada pelo Prior do Crato, no seu caminho para a frustrada tentativa de conquistar a capital e o reino; em 1810 integrou as Linhas de Torres (Reduto n.º 27 do 1º Distrito); e, em 1846, foi palco da Batalha de Torres Vedras, no contexto da guerra civil da Patuleia.
Pingback: Batalha do Vimeiro: Adeus, Junot! | OLIRAF